quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Pe. Gilberto nos fala sobre o ADVENTO


Começando o advento

É na 34ª, última semana do Tempo Comum (4ª feira) que encontramos na Liturgia das Horas entre tantas, mais uma bela leitura. Esta então, retirada das homilias atribuídas a São Macário, bispo do século IV que tem por título “Ai da alma em que não habita Cristo”.
Ali este autor nos diz que “se uma casa não for habitada pelo dono, ficará sepultada na escuridão, desonra, desprezo, repleta de toda espécie de imundícia. Também a alma, sem a presença de seu Deus, que nela jubilava com seus anjos, cobre-se com as trevas do pecado, de sentimentos vergonhosos e de completa infâmia.”
Também no mesmo texto diz-nos Macário:  “ai da estrada por onde ninguém passa nem se ouve voz de homem! Será morada de animais. Ai da alma, se nela não passeia Deus, afugentando com sua voz as feras espirituais da maldade! Ai da casa não habitada por seu dono! Ai da terra sem o lavrador que a cultiva! Ai do navio, se lhe falta o piloto: sacudido pelas ondas e tempestades do mar, soçobrará!”
E conclui o citado Bispo: “ai da alma que não tiver em si o verdadeiro piloto, o Cristo! Porque lançada na escuridão de mar impiedoso e sacudida pelas ondas das paixões, jogada pelos maus espíritos como em tempestade de inverno, encontrará afinal a morte. Ai da alma, se seu Senhor, o Cristo, nela não habitar! Abandonada, encher-se-á com o mau cheiro das paixões, virará moradia dos vícios.”
Estamos começando o Advento, momento sempre oportuno para pensar na casa na qual moramos e na casa que somos, moradia do Espírito Santo. É comum nessa época do ano as pessoas enfeitarem e repintarem suas casas, podar a grama do jardim, o que serve de exibição para os circundantes. Poucos são aqueles que pintam e enfeitam sua casa interior, sua alma. 
Além de casa, São Macário nos compara a navios que necessitam de um bom piloto que faça singrar mares por vezes revoltos. Compara-nos a estradas que querem permitir a passagem do Senhor transformando lobos ferozes em cordeiros de paz. Compara-nos também à terra cultivada pelo lavrador que conhece os seus segredos, o seu cio, o momento propício para plantar e descansar, a hora de florescer e produzir frutos.
Terminar bem o Tempo Litúrgico Comum (cor verde) e começar bem o Advento (cor roxa), é preparar nosso navio, nossa casa, nossa estrada, nosso terreno. É tempo de singrar novos mares, pintar nossa casa de cores diferentes e vivas, caminhar pela estrada sem sobressaltos ou temores, preparar o terreno para produzir bastante e com qualidade. É deixar o Menino Deus nascer. É rezar mais, confessar-se, participar da Novena de Natal, abrir espaços no coração. É tempo de ser diferente e melhor.

Pe. Gilberto Ferreira da Silva, FDP
Mestre de Noviços

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